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Hemocentro de Brasília envia sangue raro para paciente com anemia falciforme no Mato Grosso do Sul

14 de julho de 2025

Uma doação de sangue atravessou estados e conectou diferentes frentes da saúde pública para evitar que uma vida fosse interrompida. A mobilização aconteceu neste mês de junho, quando a Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) viabilizou o envio de uma bolsa de sangue raro para uma mulher de 32 anos com anemia falciforme, tratada pelo Hemosul, no Mato Grosso do Sul. Solicitada com urgência, a transfusão foi essencial para assegurar uma cirurgia de grande porte.

 

Segundo a médica hematologista Franciele Moraes, do Hemocentro de Brasília, a paciente apresentava um anticorpo contra o antígeno U, do sistema MNS, grupo que caracteriza o sangue, assim como os sistemas ABO e RH. O antígeno U tem alta prevalência na população e encontrar doadores negativos é raro. “Se a paciente recebesse sangue U positivo, poderia ter uma reação transfusional de moderada a severa, em que o próprio organismo destruiria as hemácias transfundidas. Isso pode causar insuficiência renal e outras complicações graves”, explica.

 

O sangue compatível foi coletado da doadora Rita de Cássia Alves, de 39 anos, que atua na área da saúde e doa regularmente desde 2007. Após algumas doações, Rita descobriu que possuía um fenótipo raro, novidade que a surpreendeu no começo. Desde então, ela se sente realizada por ajudar: “Saber que posso ser o diferencial na vida de alguém é gratificante. Cancelo qualquer compromisso para atender esse chamado. A doação de sangue, pra mim, é vida.”

 

O Hemocentro de Brasília conta hoje com 44 doadores de sangue raro cadastrados no Ministério da Saúde. Em 2025, foram identificados mais três doadores U negativo a partir da genotipagem de amostras enviadas à equipe do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), que apoiou o processo e contribuiu para ampliar a capacidade de resposta a casos de alta complexidade.

 

Notícia com informações da Fundação Hemocentro de Brasília