O gesto de doar sangue tem ganhado cada vez mais força entre os paraenses. Em março de 2025, a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) registrou um aumento de 10% nas doações em relação ao mesmo período do ano passado. Foram 953 bolsas a mais, o que representa cerca de 3.800 pacientes beneficiados. Com isso, o Pará fecha o terceiro mês consecutivo de crescimento nas coletas e se destaca, na contramão de muitos estados, que ainda enfrentam dificuldades para manter os estoques.
Por trás desses números, há uma estratégia sólida de descentralização e interiorização das campanhas. O Hemopa tem ampliado suas ações para além da capital, levando a coleta de sangue a municípios onde, até então, nunca haviam sido realizadas campanhas. Um exemplo recente foi a cidade de Pau D’Arco, que recebeu pela primeira vez a equipe da fundação e resultou em 69 bolsas coletadas. Em Augusto Corrêa, foram 128. As ações também chegaram a Paragominas e Santa Izabel do Pará, com participação ativa da comunidade.

“A gente vem investindo na aproximação com a população. Chegar em cidades onde nunca estivemos é mais do que expandir o serviço, é incluir. É fazer com que mais pessoas se sintam parte dessa rede que salva vidas”, destaca Paulo Bezerra, presidente da Fundação Hemopa.
Essa presença mais próxima tem feito a diferença. Em Santa Izabel, a estudante Jéssica Almeida, de 19 anos, aproveitou a oportunidade para realizar um desejo antigo: doar sangue. “Sempre tive vontade, mas nunca deu certo. Quando soube que o Hemopa estaria aqui, me organizei para participar. Foi emocionante saber que um simples gesto pode ajudar tanta gente”, conta.
O sucesso das campanhas também passa por parcerias com instituições locais, organizações sociais e voluntários, que se engajam na mobilização e no acolhimento dos doadores. A soma de esforços tem consolidado uma cultura de solidariedade em diferentes regiões do estado.
Mesmo com os bons resultados, o Hemopa reforça que o desafio é diário. Garantir estoques seguros depende da doação constante e do engajamento coletivo, especialmente em períodos de maior demanda hospitalar. Quem tem entre 16 e 69 anos, está saudável e pesa mais de 50 kg já pode fazer a diferença. Doar é simples, rápido e transforma vidas.
Fonte: Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará