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Ministério da Saúde anuncia ampliação do tratamento para hemofilia infantil

28 de outubro de 2025

A Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) sediou, nesta sexta-feira (24), o anúncio nacional sobre a ampliação do uso do medicamento Emicizumabe no tratamento de crianças de 0 a 6 anos com hemofilia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O evento contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do secretário de Saúde do Distrito Federal, Juracy Cavalcante, do presidente do Hemocentro, Osnei Okumoto, além de pacientes, familiares e profissionais da rede pública.

 

O medicamento, que já é utilizado no SUS por pacientes de outras faixas etárias, vai beneficiar mais de mil crianças em todo o país, reduzindo em mais de 90% os episódios de sangramento e melhorando a qualidade de vida das famílias. Aplicado por via subcutânea, o Emicizumabe substitui o tratamento intravenoso com o fator VIII, tornando o cuidado mais moderno e menos invasivo.

 

Durante a cerimônia, o ministro Alexandre Padilha destacou que a ampliação reforça o compromisso do governo com a modernização da Hemorrede Nacional. Segundo ele, o Ministério da Saúde tem investido na estrutura dos hemocentros e bancos de sangue por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O novo protocolo garante um tratamento mais seguro e humanizado, reduzindo o sofrimento das crianças e melhorando a vida das famílias”.

 

O presidente da FHB, Osnei Okumoto, ressaltou que a instituição atende mais de 300 pacientes com hemofilia. Para ele, a ampliação do uso do medicamento simboliza um importante avanço em autonomia, conforto e esperança para quem precisa do tratamento. Também presente no evento, o secretário Juracy Cavalcante celebrou a realização do anúncio no Distrito Federal e ressaltou o trabalho de excelência desenvolvido pelo Hemocentro.

 

Mãe de dois meninos com hemofilia atendidos pelo Hemocentro de Brasília, Joana Brauner emocionou o público ao relatar os desafios do tratamento convencional e a expectativa com a ampliação do medicamento. “É muito difícil ver uma criança sendo furada várias vezes por semana. Esse novo medicamento vai mudar completamente nossa rotina e dar mais tranquilidade às famílias”.

 

A proposta de ampliação do Emicizumabe já foi analisada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que emitiu parecer preliminar favorável à oferta do medicamento. Durante a consulta pública, a sociedade civil e entidades de pacientes enviaram contribuições positivas. O processo segue agora para análise final da comissão, prevista para novembro.

 

Emicizumabe e Hemofilia

Considerado um dos tratamentos mais modernos disponíveis no mundo, o Emicizumabe tem custo anual estimado em cerca de R$ 300 mil por paciente se fosse adquirido de forma particular. Sua oferta gratuita pelo SUS reforça o papel do Brasil como referência internacional no acesso público a terapias de alto custo.

 

Uma condição congênita e hereditária, a hemofilia impede a coagulação do sangue devido à ausência ou deficiência de fatores de coagulação, como o fator VIII. O tratamento convencional consiste na reposição intravenosa desses fatores, mas alguns pacientes desenvolvem inibidores que comprometem a eficácia terapêutica.


Notícia com informações da Fundação Hemocentro de Brasília