Mobilização entre hemocentros de dois estados e a Força Aérea Brasileira foi essencial para salvar uma vida antes mesmo do nascimento. No Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista, foi realizado um procedimento emocionante: o bebê recebeu transfusão de sangue ainda no útero da mãe, Acássia Vitória Machado, que completava 27 anos no mesmo dia.
A ação foi possível graças à atuação conjunta entre o Hemocentro de Roraima (Hemoraima), o Hemocentro do Amazonas (Hemoam) e a Base Aérea, que garantiu o transporte rápido e seguro da bolsa de sangue até Boa Vista. O bebê apresentava anemia grave e sofrimento fetal, situação que exigia uma intervenção urgente para garantir sua sobrevivência.
“Assim que identificamos a necessidade, acionamos o Hemoam e conseguimos trazer a bolsa irradiada. A Base Aérea nos deu total apoio no transporte do hemocomponente. O final foi feliz, o bebezinho ficou bem”, celebrou Patrícia Veríssimo, diretora-geral do Hemoraima. Ela ressaltou que a integração entre os hemocentros brasileiros tem sido crucial para salvar vidas.
Essa foi a terceira transfusão intrauterina realizada na maternidade, um procedimento indicado quando exames confirmam anemia fetal. A intervenção reforça a capacidade de resposta da rede pública de saúde de Roraima diante de casos críticos e desafiadores.
O que é uma transfusão intrauterina?
É um procedimento médico no qual o feto recebe sangue diretamente no útero, geralmente para tratar anemia fetal grave. A condição pode ser causada por incompatibilidade Rh entre mãe e bebê, infecções como o Parvovírus B19 ou síndrome de transfusão feto-fetal em gestações gemelares.
A técnica é feita por meio da cordocentese (inserção de uma agulha no cordão umbilical guiada por ultrassom) e exige alta precisão. Apesar dos riscos, como infecção ou sangramento, a intervenção aumenta significativamente as chances de sobrevivência do bebê e pode evitar partos prematuros.