Hemocentros Unidos

Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme da Bahia completa um ano de funcionamento

Há um ano foi inaugurado, em Salvador, o Centro Estadual de Referência às Pessoas com Doença Falciforme – Rilza Valentim (CERPDF), um modelo para o atendimento e o tratamento das enfermidades hematológicas benignas no Brasil e em outros países, como Angola. Com o Centro de Referência, administrado pela Fundação Hemoba, houve a ampliação e qualificação do tratamento para pessoas com doenças hematológicas benignas na Bahia, principalmente, da doença falciforme (DF), em 2023, foram realizados 117.166 atendimentos/procedimentos no CERPDF.


Para celebrar o aniversário de funcionamento do Centro de Referência, foi realizada uma solenidade na quarta-feira (13 de março), com as presenças da secretária de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Roberta Santana, e a Percussão da Escola do Olodum. Na oportunidade, a diretora do CERPDF, Larissa Rocha, e o diretor geral da Hemoba, Luiz Catto, fizeram um balanço do primeiro ano de gestão e apresentaram as perspectivas para a descentralização do atendimento para o interior do estado.


O CERPDF realiza atendimento ambulatorial nas especialidades de hematologia, gastroenterologia, nutrição, psicologia, odontologia, fisioterapia, serviço social e assistência farmacêutica. Conta também com uma agência transfusional e oferece ainda doppler transcraniano, fundamental para diagnóstico precoce de alterações de vasos cerebrais relacionadas com o desenvolvimento de AVC. A equipe multidisciplinar, composta por 141 profissionais, atende pacientes, principalmente, oriundos de cidades do interior do estado (cerca de 51%).


Doença falciforme na Bahia


A Hemoba é referência no atendimento a pacientes com doença falciforme (DF), acompanhando cerca de cinco mil pessoas na capital e no interior, além de ser responsável pela assistência transfusional e farmacêutica, incluindo a dispensação de medicamentos de alto custo. A Bahia é o estado que apresenta a maior incidência de DF no país, uma vez que a população possui significativa miscigenação racial, com predomínio da raça negra.


A doença é caracterizada por uma alteração nos glóbulos vermelhos que adquirem o aspecto de uma foice (falciforme), dificultando a passagem do sangue pelos vasos sanguíneos. No Brasil, estima-se o nascimento de 700 a 1.000 casos novos de DF/ano. Na Bahia, tem incidência estimada da doença em 1 caso para cada 650 nascimentos.


Censo


O centro, em parceria com a Sesab, está conduzindo um censo para mapear a incidência e o tratamento da doença falciforme no estado, visando melhorar o entendimento da enfermidade e desenvolver políticas públicas mais eficazes. Este projeto complementa a lista de notificação compulsória de casos de doença falciforme definida pelo Ministério da Saúde. Os dados coletados são essenciais para o planejamento de saúde e definição de prioridades de intervenção pública.


Com informações da Secretaria da Saúde da Bahia