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Inserção da captação de doadores de sangue no Brasil

27 de maio de 2025

A captação de doadores de sangue no Brasil é uma atividade  de cunho educativo essencial para garantir o funcionamento adequado do sistema de saúde, especialmente em situações de emergência, cirurgias complexas, tratamentos oncológicos e doenças crônicas como a anemia falciforme, além de promover a Doação Voluntária e Altruísta. No entanto, a realidade da doação de sangue no país ainda enfrenta diversos desafios culturais, logísticos e informacionais.

 

Historicamente, o Brasil consolidou um sistema público de hemoterapia por meio da criação da Rede Nacional de Hemocentros, coordenada pelo Ministério da Saúde. A política nacional de sangue e hemoderivados tem como princípios fundamentais a gratuidade, a universalidade e a segurança transfusional. Nesse sentido, o país proíbe a comercialização de sangue, baseando-se em um modelo de doação voluntária e altruísta.

 

Apesar disso, os índices de doação ainda estão abaixo do ideal. Em 2023, com mais de 3,2 milhões de bolsas coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS), a pasta registrou 1,6% da população brasileira como doadora. Segundo a  Organização Mundial da Saúde (OMS) a recomendação é que cada país tenha uma população entre 1% e 3% da população ,mas também que cada região avalie qual a melhor taxa para suprir as demandas locais.  Entre os principais obstáculos estão o desconhecimento sobre o processo de doação, mitos e medos infundados, falta de campanhas contínuas de incentivo e a dificuldade de acesso a locais de coleta, especialmente em regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos.

 

Nos últimos anos, iniciativas têm buscado modernizar e ampliar o alcance da captação. Campanhas educativas, parcerias com empresas e instituições de ensino, uso de mídias digitais e unidades móveis de coleta têm contribuído para a conscientização da população. A fidelização do doador, por meio de um atendimento humanizado e acompanhamento pós-doação, também é uma estratégia essencial para transformar doadores eventuais em regulares.

 

Portanto, a contextualização da captação de doadores de sangue no Brasil exige uma abordagem multifatorial, envolvendo políticas públicas, educação em saúde, comunicação estratégica e infraestrutura adequada. O fortalecimento dessa rede é vital para garantir a autossuficiência do país em sangue ,hemoderivados e para salvar milhares de vidas todos os anos.

 

Há ainda um longo caminho a percorrer para aumentar a regularidade das doações e fidelizar os doadores, além de fortalecer a cultura de doação de sangue na população,  mas temos a convicção que cada doação de sangue ajuda a transformar a vida de muitas famílias.

Nágela Lima

Nágela Lima

Coordenadora da Captação de Doadores do Hemoce