O Hemocentro de Goiás realizou, no final de setembro, a primeira transfusão de um tipo sanguíneo raro no Estado. O paciente Odair Camelo, de 45 anos e diagnosticado com anemia falciforme, recebeu bolsas de sangue com fenótipo anti-U após uma mobilização nacional que envolveu a Hemorrede e a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde.
Assim que o hemocentro identificou a necessidade da transfusão, acionou o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), que localizou um doador compatível em São Paulo. A doação foi realizada e as bolsas seguiram para Goiânia em uma operação logística organizada pelo Ministério da Saúde. De acordo com o Cadastro, apenas 16 pessoas em todo o Brasil possuem esse fenótipo.
Segundo a médica hematologista Ana Cláudia Mazza, do Hemocentro de Goiás, o quadro de Odair havia se agravado e a presença de um anticorpo raro em seu sangue dificultava ainda mais a busca por compatibilidade. Com o apoio da Hemorrede, foi possível realizar a transfusão no momento certo.
O caso mostra a força da integração entre hemocentros de todo o país e a importância de manter atualizado o cadastro de doadores raros, um trabalho coletivo que pode ser decisivo para salvar vidas em situações de alta complexidade.