Um paciente do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), internado após uma amputação, precisou de uma transfusão extremamente complexa: ele apresentava o anticorpo Anti-Gerbich 2, um dos mais raros do mundo, encontrado em menos de 1% da população, principalmente na região da Oceania.
A equipe do Laboratório de Imuno-Hematologia do Hemopi identificou o anticorpo raro durante os exames de rotina que acompanham os pedidos de transfusão. Com o apoio do banco de dados do Laboratório de Fenotipagem, inaugurado em 2011 e com cerca de seis mil doadores cadastrados, foram encontrados sete possíveis doadores. Dois deles, um de Teresina e outro de Miguel Alves, realizaram a doação, garantindo que a transfusão acontecesse com sucesso.
Segundo o supervisor do laboratório, Pedro Afonso Sousa, a fenotipagem é feita em cerca de 10% dos doadores mensais, além de pacientes com patologias específicas. “A pesquisa de doadores raros é um trabalho minucioso, pouco realizado no Brasil, mas fundamental para garantir a segurança transfusional e salvar vidas”, destaca.
CENTROS ESPECIALIZADOS EM SANGUE RARO NO BRASIL
O Hemopi é um dos poucos hemocentros do país com serviço especializado em fenotipagem para identificar tipos sanguíneos raros, ao lado de centros como o Hemoce (CE), Hemocentro de Ribeirão Preto (SP), Hemocentro de Brasília (DF) e Hemocentro de Campinas (SP). Essas instituições ajudam a identificar compatibilidades complexas e ampliam as chances de salvar muitas vidas.